Faremos agora uma breve descrição de alguns dos estilos mais freqüentemente utilizados, identificando suas principais características. Ênfase será dada aos pontos principais que determinam o estilo, buscando facilitar sua identificação nos exemplares reais. Todos os estilos foram determinados através da observação e identificação de formas existentes na natureza, classificados e aperfeiçoados em concordância com os padrões e normas estéticas japoneses.

Esta classificação é apenas indicativa, podendo alguns Bonsai apresentarem características de mais de um estilo sendo então considerado o estilo dominante ou mais evidente.

 

Chokan (Ereto formal)

bonsai-estilo-chokan

É caracterizado por um tronco perfeitamente reto e perpendicular ao eixo do vaso, com conicidade bem definida. Os galhos devem seguir uma disposição em espiral ao longo do comprimento do tronco seguindo o seguinte padrão: o primeiro galho deve originar-se a um terço da altura do Bonsai, do lado direito ou esquerdo do tronco. O segundo deve originar-se do lado oposto e acima do primeiro e o terceiro na parte posterior. Esta seqüência deve continuar até o segundo terço da altura cuidando para que nenhum galho superior sobreponha seu inferior, devendo originar-se ligeiramente para frente ou para trás. A composição torna-se então relativamente livre no último terço podendo mesmo algum galho originar-se na frente do tronco. No restante segue as diretrizes padrão.

Moyogi (Ereto Informal)

estilo bonsai moyogi

De posicionamento ereto, diferencia-se pela presença de um tronco sinuoso preferencialmente formando uma espiral à medida que se encaminha para o ápice. O ápice por sua vez deve ser posicionado no centro de gravidade da árvore. Os galhos seguem o padrão clássico mas originando-se obrigatoriamente na face externa das curvas. Sua forma deve harmonizar-se com o tema, seguindo o ritmo definido pelo tronco. A folhagem deve ser densa mas com as áreas negativas (espaço entre os galhos) bem marcadas.

Shakan (Tronco Inclinado)

estilo bonsai shakan

Caracteriza-se pela presença de um tronco inclinado, de preferência não sinuoso. O equilíbrio é fornecido pelo balanceamento dos galhos. Para isso os galhos da face interna do ângulo de inclinação são mais curtos e leves, sendo os da face externa conseqüentemente mais longos e pesados. O nebari deve ser vigoroso passando uma impressão de estabilidade da árvore. As demais características seguem o padrão clássico.

Fukinagashi (Soprado pelo Vento)

De tronco inclinado e sinuoso, tem como característica principal a ausência de galhos vivos do lado oposto à inclinação. Neste lado os galhos são com freqüência retorcidos e transformados em jin e o tronco é descascado para a formação de shari. Estas características objetivam passar a impressão de uma árvore crescendo em condições de adversidade extrema, em que ventos fortes castigam um dos lados, impedindo o desenvolvimento dos galhos. Aqui também o nebari precisa ser vigoroso para que não se imagine que a árvore será arrancada pelos ventos.

Hokidachi (Vassoura)

Como características principais possui um tronco cônico, reto e ereto com copa de formato circular ou lembrando uma vassoura. Classicamente possui galhos originando a um terço da altura mas sem rigidez no posicionamento. Na verdade os galhos devem ser compostos de maneira a formar uma copa densa, altamente ramificada e sem áreas negativas. Entretanto deve-se evitar conflitos e cruzamento entre os galhos.

Kengai (Cascata)

Sua principal característica é a presença de um tronco que após sua saída do solo desenvolve uma curvatura, saindo do vaso e inclinando-se para baixo, ultrapassando com seu ápice o limite inferior do vaso. O tronco possui a forma de “S” com o ápice real buscando apontar para cima. O ápice aparente é na verdade o primeiro galho que volta-se para cima. Os demais galhos são dispostos de maneira a compor a copa em triângulo invertido, respeitando as normas de posicionamento e origem de galhos. O vaso não segue o padrão clássico pois necessita oferecer estabilidade ao Bonsai. São utilizados vasos profundos mas que não ultrapassem em volume 1/3 do volume total da composição.

Yosê-ue (Bosque)

Trata-se de um grupo de árvores que cria a impressão de uma floresta ou bosque. Classicamente o grupo é composto por árvores da mesma espécie. As árvores são de tamanhos diferentes e estilizadas individualmente mas seguindo um padrão comum. Para criação do senso de profundidade sem perda do conjunto, as árvores mais altas são colocadas mais a frente do vaso, sendo que a mais alta ou líder é a primeira. As demais são então dispostas em ordem decrescente de altura a medida que seguem para o fundo do vaso. A composição deve ser arranjada de tal maneira que não haja interferência entre galhos de árvores diferentes e que nenhum tronco seja obstruído por outro.

Bunjingi (Literato)

Em relação aos outros estilos, pode-se dizer que representa um estilo “livre”, porém não lhe faltando disciplina. Acima de tudo a árvore deve passar uma sensação de elegância e equilíbrio. Possui padrões estéticos únicos, diferenciando-se dos outros estilos. O tronco é afilado com sinuosidade delicada. Os galhos originam-se no terceiro terço do tronco, sendo portanto em quantidade reduzida e com folhagem pouco densa. O primeiro galho é mais curto que o segundo, podendo em alguns casos ser substituído por um Jin. Classicamente é colocado em um vaso pequeno de linhas pouco rígidas, sendo mais usados os redondos ou de formas irregulares.