Reestilização de uma Azaléia – Parte 2

por Fernando Magalhães

Rhododendron indicum – Flor Vermelha

Proprietário: Agostinho Evangelista Guedes
Texto e fotos: Fernando Magalhães

Nesta segunda parte acompanharemos a evolução desta Azaléia Vermelha iniciada em Outubro de 2011.

Seis meses depois do ultimo trabalho, onde a mesma foi podada e aramada retomamos o trabalho em sua evolução.

Dezembro de 2012 – Início do Verão

Trabalhando com uma adubação completa, intercalando Osmocote(composição adequada para Bonsai), Biogold, Peters(composição adequada para Bonsai) e Super Thrive.

 

6 meses depois de escolhido a nova frente

Iniciado as podas, corrigimos as ramificações e as construções dos galhos.

Neste momento aproveitamos para realizar a segunda aramação.

Azaléias assim como outros arbustos de pouca dominância apical, que tende a crescer com troncos múltiplos devem sempre ser trabalhados com varias opções de ápices, assim mantendo o vigor e crescimento da planta, uma vez que naturalmente já possuem o ápice fraco.

Neste caso em nossa planta foi fácil, pois como ainda vamos manter por um tempo o galho de sacrifício para ajudar a engrossar, isso irá garantir o vigor que precisamos para formação do nosso ápice.

Notem também que durante o processo de poda sempre realizamos a desfolha parcial, no caso das azaléias se corta 2/3 das folhas, nunca se retiram todas as folhas para evitar que os galhos fiquem fracos. Neste momento em que a planta se encontra com poucas folhas é muito importante lembrar que devemos proteger as raízes para não super aquecer o que poderia levar a morte de galhos ou até mesmo de toda a planta. A pesar dela precisar ficar ao sol pleno principalmente nesse momento para garantir uma boa brotação, devemos cobrir o substrato com uma placa de isopor ou mesmo com bastante musgo sphagnum, o que funcionará como isolante térmico por um período de 30 dias até a nova brotação poder sombrear as raízes.

Azaléias são arbustos de montanha, de baixo porte e copa bastante densa durante todo ano, o que a mantém sempre com as raízes frescas sombreadas com alta incidência solar nas folhas na parte superior da copa.

 

Julho de 2013 – Meados do Inverno em BH

Veja que aos poucos os galhos vão se engrossando, o ápice continua com o galho de sacrifico.

Neste período de inverno fazemos apenas um apoda de limpeza, retirando folhas velhas dentro da planta e galhos que cruzam e nascem para baixo nas estruturações primarias do projeto original. Foi retirando também os arames para evitar marcas desnecessárias.

O Urus presente nela vem sendo continuamente tratado com calda e tinta nanquim, assim garantindo a integridade da madeira e também uma coloração não muito esbranquiçada, que para uma azaléia não é desejado, o foco está nas flores.

Percebe se também que até este momento não mostramos com flores. Durante toda essa reestilização sempre retiramos os botões para não enfraquecer ou parar o desenvolvimento da planta.

 

Dezembro de 2013 – Início do Verão

Neste momento pelo vigor, resolvemos eliminar o galho de sacrifício, pois o ápice se encontra formado e ramificado, com o crescimento lateral dos galhos o troco continuará a engrossar. Ao longo dos anos chegará a espessura desejada.

Depois de quase 3 anos do inicio deste trabalho de reestilização, a árvore agora começa a mostrar sua nova cara.

Mesmo assim o trabalho não está terminado, falta agora ramificarmos mais os galhos e preparar a mesma para sua primeira florada de cara nova.

 

Junho de 2014 – Fim do Outono

Início das podas de refino.

Antes da poda …

… Depois de podar.

Agora basta caprichar no cultivo para garantir uma boa florada no próximo ano, neste período iremos refinado e aumentando suas ramificações.

Um ponto importante para as azaléias assim como outras plantas de flor grande é que a copa aumenta consideravelmente seu volume durante o período de floração.